quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

POR QUE SEMPRE FALAM QUE A HISTÓRIA É DECOREBA?


A imagem da história como uma disciplina “decoreba”, como gostam de dizer os alunos, tem sua explicação em três fatos.

1. Entre fins do século XIX até a metade do século XX, a história ainda era fortemente marcada pela história positivista, militar, factual em seu cerne. O aluno não era convidado a discutir o fato, mas a apropriar-se dele em sua factualidade. O conteúdo de história estava dado, interditado para interpretações. Portanto, era preciso apenas decorar nomes, datas e outras relações mais simplistas. Alguma coisa desse tempo permanece como herança em determinados livros didáticos e prática pedagógicas. Isso sem falar na própria memória da disciplina.

2. O segundo fato está intimamente relacionado com o primeiro: a prática pedagógica. Muitos professores (mesmo aqueles com o discurso pedagógico mais arrojado) ainda continuam construindo avaliações que intimidam por cobram os fatos ao invés da subjetivação, da reflexão. Isso mudou bastante e tudo aponta que vamos conseguir vencer esse vício.

3. Por último, as avaliações nacionais e internacionais seguem um mercado cada vez mais tecnicista. O vestibular, por exemplo. As escolas acabam se pautando por essas referências para construir o currículo pedagógico. Isso é um grande problema. Algumas universidades vêm mudando as provas. Outras ainda estão longe de uma solução.

Esse problema não é “privilégio” da história, ainda que ela seja o lugar comum para esta imagem.


Por outro lado, para finalizar, é bom lembrar que a história – em algum grau – precisa que seus alunos decorem datas e nomes importantes. Isso é fundamental para que se seja um bom historiador. O que temos que ponderar – e aí está a grande discussão – é qual a importância que temos que dar para a fixação dos dados. Isso nunca pode ser o principal, mas sim o acessório.


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