domingo, 1 de fevereiro de 2015

POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL PARA TICS NA EDUCAÇÃO AINDA SE RESUME AO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA




A pesquisa TIC Educação revelou que as escolas públicas urbanas têm fácil acesso a computadores, mas somente  6% os usam em salas de aula.

Dados são da pesquisa TIC Educação 2013, que traça um panorama nacional do uso da tecnologia nas escolas em áreas urbanas.

Alunos das escolas estaduais e municipais de Fortaleza, por exemplo, usam computadores somente no laboratório de informática. Esse é um espaço que, infelizmente, ainda concentra o uso de tecnologias nas escolas, sejam elas públicas ou privadas.

De uns tempos pra cá, por conta da demanda do mercado de trabalho e pelos preços acessíveis dos computadores, as escolas brasileiras estão fazendo um maior uso dessas máquinas. No entanto, a grande maioria dos colégios, restringem ao espaço do laboratório de informática o uso desses equipamentos. 

Quando não, podemos identificar computadores na sala dos professores, secretaria, na sala da direção, mas e nas salas de aula?   Para especialistas, há uma urgência e necessidade do uso desses recursos na sala de aula para beneficiar alunos e professores. Porém, essa realidade ainda está distante e representa desafios.

Um levantamento feito pela pesquisa TIC Educação em 2013, analisou 994 escolas das cinco regiões do Brasil. Em 2012 a pesquisa analisou 856 escolas no país. Para esta edição, foram entrevistados presencialmente 939 diretores, 870 coordenadores pedagógicos, 1.987 professores e 9.657 alunos, a partir de questionários estruturados.

Vamos aos números:
·        
  •      Computadores em escolas de áreas urbanas: universal;
  •      Em instituições públicas as máquinas estão em todas as escolas urbanas;
  •      Nas escolas particulares, os PC´S estão em 99%
  •          76% dos alunos e professores usam notebooks e tablets no dia-a-dia fora da escola.
  •          Já nas particulares 99% usam equipamento de tecnologia móvel.
  •     89% das instituições públicas tem computadores na sala do diretor ou coordenador, nas particulares 93% ;
  •    85% das instituições públicas possuem laboratório de informática nas particulares 71%;
  •         Somente 6% das escolas públicas tem acesso a computadores portáteis em sala de aula, nas particulares 23%.


Os laboratórios de informática mantém a hegemonia absoluta no uso de tecnologia em atividades desenvolvidas pelos professores em conjunto com os alunos. Na pesquisa, 76% dos mestres de escolas públicas disseram usar as máquinas para o ensino nos espaços específicos, enquanto 46% afirmaram usar a tecnologia nas salas convencionais. Nas escolas particulares, no entanto, os mestres que aplicam as ferramentas digitais nas salas de aula chegam a 70%.

Apesar de exaltar a larga presença dos computadores e da internet nas escolas, a coordenadora da TIC Educação, Camila Garroux, diz achar importante que as novas políticas públicas passem a focar agora a integração da tecnologia às práticas pedagógicas. Esse processo, ela explica, passa por levar as tecnologias da informação ao cotidiano de professores e alunos.

— A sala de aula é o ambiente onde ocorrem o ensino e o aprendizado diário. Por isso, é importante que a tecnologia esteja ao alcance dos professores e alunos nesse espaço. No passado, os laboratórios de informática tiveram a sua importância para as políticas públicas devido ao elevado valor das máquinas — explica Camila. 
— No entanto, com o barateamento da tecnologia e a tendência crescente da mobilidade, é importante que esses equipamentos passem a integrar mais as práticas pedagógicas. E isso acontece, principalmente, nas salas de aula.
Coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara também afirma ver com bons olhos uma maior integração dessas ferramentas ao cotidiano de professores e alunos. No entanto, ele ressalta que, além de benefícios, a experiência também traz desafios.
— A maior integração é benéfica aos estudantes, porque as ferramentas digitais já são parte da identidade das gerações mais jovens. Para os professores, isso também é positivo, porque lhes dá uma gama de recursos mais adequados à realidade dos alunos. No entanto, não há dúvida de que se trata de um grande desafio integrar essas ferramentas ao ensino nas classes.— afirma ele. — Ainda estamos aprendendo a lidar com o fato de o aluno estar hoje conectado o tempo todo, e isso, em muitos casos, é fonte de distrações.


Internet lenta ainda é um grande problema.




Quanto ao acesso à internet nas escolas, a TIC Educação também mostra que ele já é praticamente universal, com 95% das instituições da rede pública e 99% da rede privada conectados. A velocidade de conexão, no entanto, ainda cria um abismo entre os dois tipos de escola: enquanto 52% das públicas declararam ter conexão de só até 2Mbps (qualidade aquém do ideal), nas particulares esse percentual cai a 28%.

Apesar do predomínio da velocidade baixa, as instituições públicas registraram uma melhora na tecnologia utilizada para acessar a rede: saltou de 57% para 71%, em apenas um ano, o percentual de escolas conectadas com redes sem fio.

Outro destaque da pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) é o que trata dos tipos de máquina presentes nas escolas. Enquanto os computadores de mesa e portáteis registraram pouca alteração em relação ao ano anterior, os tablets saltaram de 2% para 11% nas escolas públicas — nas particulares, o índice é de 13%.

Nesta edição, pela primeira vez desde que começou a ser realizada, em 2010, a TIC Educação incorporou novos indicadores que analisam o uso por professores dos recursos educacionais obtidos na web para as atividades com os alunos. 

Tanto nas escolas públicas como nas particulares, 96% deles disseram fazer uso de elementos buscados na rede para as aulas e, entre os elementos mais usados, estão imagens ou fotos, textos, questões de prova e vídeos.


Questões a serem melhoradas em sala de aula:

  • ·         a utilização da internet pelos professores para a criação de conteúdos próprios para as aulas.
  • ·         Apenas 21% dos mestres em escolas públicas e 23% nas particulares já publicaram na rede algum conteúdo educacional que produziram para atividades com os alunos.


Minha experiência

Eu pessoalmente, como professora e blogueira, uso diariamente a internet para o aprendizado dos alunos, principalmente com o uso de blog, que disponibiliza aos alunos o conteúdo estudado e me dá a possibilidade de produzir meu próprio matéria de estudo sem, necessariamente, ter que segui unicamente o livro didático, possibilitando ao aluno um leque maior de informações.

Quando utilizo, por exemplo, o celular dos alunos em sala de aula, verifico a otimização do ensino. O computador e projetor em sala de aula também ajuda imensamente o desenvolvimento da aula e a assimilação, curiosidade e participação dos alunos.


E eu digo sempre: sair da zona de conforto e experienciar novas possibilidades na educação é o que faz a diferença e muda a perspectiva do que é aprender e ensinar.



Vejam agora a Conecta 2012: Camila Garroux

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